terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Entenda com Dan Ariely por que irracionalidade e sucesso têm tudo a ver

Um desses acasos do destino colocou-me frente a frente com Dan Ariely em sua recente visita ao país, por ocasião do Fórum de Gestão e Liderança da HSM Brasil, em 2011. O que era para ser uma entrevista formal tornou-se um descontraído bate-papo no qual o divertidíssimo autor de "Previsivelmente Irracional" e "Positivamente Irracional" falou sobre motivação, família, trabalho e, claro, irracionalidade.

Vários autores exploraram recentemente o tema irracionalidade em suas obras, como Malcolm Gladwell ("Blink, a decisão num piscar de olhos"), Stephen Dubner e Steven Levitt ("Freakonomics" e "Superfreakonomics"), e Tim Harford ("The Logic of Life"). O que há de comum ou diferente nessas obras?

Os outros autores que escrevem sobre a irracionalidade preocupam-se se o copo está meio cheio ou meio vazio em vez de se preocuparem com o copo. Pense em "Freakonomics": fizeram um estudo com lutadores de sumô mostrando que eles trapaceavam um pouco. O fato de trapacear um pouco não significa que trapaceiem o tempo todo, mas que eles não são totalmente honestos. Os lutadores respondem aos seus incentivos. O meu interesse é estudar por que eles não trapaceiam o tempo todo. Por que trapacear só um pouco?

Sim, a racionalidade diz que eles deveriam trapacear o tempo todo...

O problema é que os outros livros abordam o comportamento através de uma perspectiva de racionalidade, considerando que as pessoas são perfeitamente racionais. Os estudos mostram que as pessoas são influenciadas por forças racionais. Não acho que elas não sejam, mas as forças racionais não mostram o quadro inteiro. Muita coisa fica sem explicação.
Rodolfo Araújo e Dan Ariely
Colunista do Administradores.com Rodolfo Araújo (esq.) conversa com Dan Ariely (Imagem: Divulgação HSM/Lola Estúdio)

Em seu primeiro livro, Tim (Harford, "The Logic of Life") diz que tudo o que fazemos é otimizado. Já o novo ("Adapt: Why Success Always Start with Failure?") busca algumas explicações em experimentos. Quando você faz um experimento, já parte do princípio de que as coisas não são otimizadas. Porque, se você tem que testar, significa que não é perfeito e que você não pode confiar na sua intuição.


A Economia é um modelo de aprendizado. O mercado e o ambiente lhe forçam a aprender de forma a atingir um ponto ótimo. Você precisa aprender mais e precisa ser sistemático na sua forma de aprender. A Economia Comportamental está mostrando que as pessoas têm uma intuição ruim e, numa situação dessas, têm que se esforçar mais para aprender.

Em seu novo livro, "The Predictioneer's Game", Bruce Bueno de Mesquita diz que tudo o que fazemos é racional, mas, pelo fato de não entendermos as motivações das pessoas, dizemos que é irracional.
Eu não gosto dessa definição. Acho que há um problema em dizer que tudo o que as pessoas fazem é racional. Dizer que fazer alguma coisa aumenta a sua utilidade é diferente de dizer que é racional.

Recentemente fiz um trabalho com propagandistas médicos da Indústria Farmacêutica. Nos Estados Unidos, normalmente, são mulheres e muito atraentes. Frequentemente pagam almoços e entradas para jogos de basquete aos médicos. A Indústria sabe melhor do que os médicos que tipos de incentivos funcionam e, assim, exercem influência sobre eles. Os médicos pensam que, quando os propagandistas lhes pagam o almoço, não estão exercendo influência sobre eles. Seria tolo achar que eles entendem isso. As evidências mostram que os médicos não percebem quando estas forças estão agindo.

Você diz que os médicos não veem a influência agindo. E você, vê? Você percebe quando não está sendo racional?

Não, em vários momentos. Eu me preocupo muito com conflitos de interesses, por exemplo, porque eles dizem muito sobre o comportamento irracional. Envolve sermos pagos para vermos as coisas de uma maneira diferente. Vemos as coisas de forma diferente, mas não percebemos isso quando fazemos algo porque recebemos para isso. Se você torce para um time, consegue ver um jogo de futebol de forma objetiva? Claro que não. Com médicos, banqueiros e políticos, não dá para acreditar que possam fazer melhor.

Vou contar-lhe uma história: eu estava fazendo um experimento no laboratório e esperava ter um resultado interessante. Num dos grupos, havia um sujeito que teve uma performance péssima, prejudicando a média do grupo todo. E eu me lembrei que, neste dia, havia um senhor que estava bêbado. Então, eu percebi que este ponto fora da curva era o bêbado e pensei: "Vamos eliminá-lo". Quando eu removi seus dados – BUM! – os resultados ficaram do jeito que eu queria. Alguns dias depois, eu pensei: "O que aconteceria se aquele cara estivesse no grupo?". A outra média ficaria mais baixa e os resultados seriam ainda mais interessantes.

O problema é que, quando eu eliminei aquele voluntário, achei que estava servindo à Ciência. Na minha cabeça, os dados estavam melhores sem ele do que com ele. Eu estava fazendo o trabalho de Deus no progresso científico, manipulando os dados para se encaixarem na minha expectativa e inventando histórias para remover os obstáculos. E, realmente, temos alguns indícios que apontam que as pessoas criativas trapaceiam mais.

Porque eles têm incentivos maiores?

Porque eles conseguem inventar histórias melhores para si mesmos.

Os bônus funcionam dessa forma.

Bônus, claro. Imagine que eu lhe pague um milhão de dólares cada vez que você escrever uma matéria boa sobre o Governo. Você escreveria uma porção de coisas boas. É muito complicado!
Claro que você pode tirar pessoas bêbadas de um experimento, mas essa regra tem que ser definida antes. Você não pode fazê-lo depois de ver os resultados. Então, eu tenho regras bem específicas sobre meus conflitos de interesses. Eu nunca faço consultoria. Se eu for pago por uma empresa, deixarei de ver as coisas objetivamente.

Num artigo recente ("Good Decisions, Bad Outcomes, Harvard Business Review", dezembro de 2010) você mencionou outro pesadelo dos administradores: a aleatoriedade. Como você acha que as pessoas estão preparadas para lidar com a aleatoriedade em suas vidas?

Terrivelmente. Nós simplesmente não somos bons em lidar com o acaso. Imagine que você está num campo e tem que chutar uma bola de olhos fechados. Se você introduzir alguma aleatoriedade, todo o seu poder de previsão se acaba.

Isto se chama aprendizado de múltiplas causas. Imagine que eu te dê uma lista de filmes, diga quanto dinheiro foi gasto em cada um deles, quanto arrecadaram na primeira semana e lhe perguntasse qual seria a receita ao final de um ano. Se você deixar que as pessoas façam isso de forma intuitiva, dando algumas variáveis, elas se saem muito bem. Se você fizer isso algumas vezes, vai ficar bom. Adicione aleatoriedade e todo mundo se perde. Não dá para pensar num modelo que incorpore a aleatoriedade. Nós buscamos padrões o tempo todo. Olhamos para uma nuvem e vemos uma figura.

Você deu um exemplo pessoal de como a irracionalidade pode afetar o seu lado profissional. Mas como isso acontece dentro da sua casa, quando você vê seus filhos se comportando de forma irracional? Você os corrige ou acha que isso é parte do aprendizado?

Algumas irracionalidades são boas. Não acho que todas sejam ruins. A forma como nos preocupamos com estranhos, por exemplo, é irracional. Não faz sentido algum. Se tudo o que você quer é ser rico, por que se preocupar com as pessoas no Japão?

Então, eu encorajo este lado irracional. Meu filho de oito anos e eu acabamos de escrever o nosso primeiro artigo juntos sobre o jogo "Angry Birds". Perguntamos por que os pássaros se comportam de forma diferente se são todos iguais.

Então, basicamente, eu tento incentivar o comportamento irracional. Minha esposa e eu discordamos às vezes. Recentemente, por exemplo, meu filho fez um projeto para a escola que levou uma semana. O professor disse: "se você fizer isso e aquilo, ganha um A; se fizer menos, ganha um B; menos ainda, um C, e assim por diante". Eu disse para ele: "tire um C". O esforço extra não compensa, se você considerar custo e benefício. Minha esposa detestou isso...

Muitas vezes os incentivos podem sair pela culatra. Que tipos de incentivos você acha que funcionam?

Pessoalmente, eu tento não dar às crianças qualquer incentivo financeiro. Não acredito em dar trocados por tarefas. Eu tento mostrar o lado positivo das coisas que fazem em família. Tento não dar dinheiro para lavar a louça ou levar o lixo para fora, senão vira uma simples troca financeira e sua casa se transforma numa empresa.

Parte do seu novo livro trata sobre novas descobertas a respeito da motivação. É a motivação das pessoas que está mudando ou só agora estamos fazendo as perguntas corretas a respeito?

É a motivação que está mudando. Pense no que fazíamos quando éramos caçadores e coletores, lá na Idade da Pedra. Havia uma limitação na quantidade de motivação que você poderia ter. Além disso, as pessoas não viviam muito tempo.

Uma mudança dramática no atual cenário foi o surgimento de uma classe média. Pense nos pequenos luxos que você pode conseguir agora. Você pode comprar um telefone, um computador e uma porção de outras coisas legais. A vida está muito diferente. Isso realmente mudou a motivação.

Escrevi recentemente sobre a utilidade das coisas inúteis. Imagine que eu começasse a vender garrafas cheias de ar. Uma coisa inútil, mas que as pessoas começassem a gostar. Então elas passariam a trabalhar mais para conseguir comprar. E, no final das coisas, essa coisa inútil teria uma utilidade, que seria fazer as pessoas quererem trabalhar mais. O fato de haver um monte de coisas inúteis que você queira comprar já muda a sua
motivação.

Você mencionou as novas pesquisas que está fazendo. Como vai a "teoria do homem das cavernas"?

Ela gira em torno da forma como as pessoas adoram a palavra "natural". No Brasil também é assim?

Sim, bem parecido.

Você pega um remédio, acrescenta a palavra "natural" e aí as pessoas acham que ele é melhor. Basicamente, o que estamos descobrindo é que as pessoas não acham que o medicamento é melhor para tratar a doença. Elas pensam que ele tem menos efeitos colaterais, especialmente os de longo prazo.
Pensam que ambos os remédios são como uma engrenagem que pode substituir outra, defeituosa, mas que o natural não vai destruir o restante das peças da máquina. E, por isso, as pessoas estão mais inclinadas a tomar medicamentos naturais, mesmo que não estejam aprovados pelas autoridades sanitárias. Isso pode ser altamente prejudicial.

Você acha que isso pode ser usado de forma negativa?

Acredito que este movimento de coisas naturais está amedrontando as pessoas para direcionar seus comportamentos.

É assim que agem os movimentos ecológicos?

Não necessariamente. Pense nos desastres nucleares. Há um risco muito pequeno de que alguma coisa ruim aconteça, mas as pessoas têm um medo gigantesco disso. Mas, na sociedade atual, isto (a energia nuclear) é necessário. Então, o desafio é fazer as pessoas entenderem o tamanho real do risco que enfrentam. Você não imagina a quantidade de cartas que comecei a receber depois que falei sobre esse assunto.

Posso imaginar, se for algo comparável ao caso dos dentistas (Ariely deu uma entrevista numa rádio na qual disse que os dentistas tinham incentivos perversos para achar problemas nos dentes de seus pacientes).

(Risos) Isso foi uma das piores coisas da minha vida. Depois dessa entrevista, o chefe do Conselho local me escreveu uma carta exigindo uma retratação. Eu respondi que não dava para retratar a verdade.
Se você mostrar uma radiografia para um dentista, com uma cárie num dente, e pedir que ele encontre uma cárie neste dente específico, ele a encontrará. Se você pedir a outro dentista que encontre alguma cárie na radiografia, ele também a encontrará, mas em outros dentes. A chance de dois dentistas encontrarem a mesma cárie no mesmo dente é de 50%.

Nesse episódio, o Diretor da Associação Americana de Dentistas escreveu um e-mail para 165 mil dentistas pedindo que me escrevessem pessoalmente. Eu recebi milhares de e-mails. Alguns deles diziam: "você está correto, realmente existe esse problema e algo precisa ser feito. Eu não posso lhe dizer o meu nome, mas desejo-lhe boa sorte!".

Dan, muito obrigado por seu tempo e pela agradável conversa.

Também gostei muito! Você curte charadas?
Imagem: Divulgação HSM/Lola Estúdio

Quando respondi que sim, Ariely enroscou um pequeno bastão de metal amarrado a uma cordinha na minha camisa e desafiou-me a desenroscar a geringonça sem cortar o fio (foto acima). Disse-me para escrever depois contando quanto tempo levei para realizar a tarefa. Confesso que precisei de um par de horas para desatar o nó...

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Mais de 50% dos funcionários brasileiros consideram a possibilidade de pedir demissão

Realizada entre o quarto trimestre de 2010 e o segundo de 2011, com aproximadamente 30 mil empregados de 17 países, a pesquisa Inside Employees Minds™ da Mercer ouviu também as opiniões de cerca de 1.200 brasileiros.

A nova pesquisa da Mercer mostra que os funcionários no Brasil estão satisfeitos com muitos aspectos de seu trabalho e carreira, mas comparando-se com a última edição da mesma pesquisa feita em 2004, estão menos comprometidos com suas empresas.

Por outro lado, em 2004, 72% dos profissionais pretendiam deixar suas corporações. Em 2011, esse número passou para 56%, um número menor, mas ainda considerado elevado.

As organizações no Brasil cresceram economicamente, mas isso parece ser uma faca de dois gumes, uma vez que o melhor ambiente econômico levou a uma maior rotatividade de pessoal em busca de salários mais altos. Por isso que, embora os empregados estejam satisfeitos com seus empregos atuais, seus gestores e sua remuneração, grande parte planeja deixar suas organizações.

Carreira

Nos últimos anos, as organizações no Brasil ampliaram substancialmente suas ofertas de desenvolvimento de carreira aos empregados e essas iniciativas ficam evidentes no aumento da pontuação nas questões relacionadas a este item. Entretanto, com a redução no comprometimento e o aumento na rotatividade, pode haver espaço para outras melhorias porque os empregados dizem se preocupar imensamente com as oportunidades de carreira. Fica clara essa preocupação quando analisamos 10 valores principais para o empregado quando pensa em seu atual trabalho. Entre os três primeiros itens estão: avanço na carreira, remuneração básica e oportunidade de treinamento. Os dez itens em ordem de valor são:
  • Oportunidades de carreira 
  • Remuneração fixa
  • Oportunidades de treinamento
  • Trabalhar para uma organização respeitável
  • Tipo de trabalho realizado
  • Bônus e outros incentivos
  • Plano de saúde privado
  • Plano de pensão para aposentadoria
  • Reembolso educacional
  • Programas de qualidade de vida

"Os profissionais brasileiros tem uma percepção positiva sobre as chances de crescer em suas organizações. Cerca de 71% acreditam que vão atingir seus objetivos profissionais de longo prazo e 61% afirmam que as promoções são dadas para pessoas talentosas. Nesse sentido, mesmo as corporações correndo o risco de perder seus talentos pelo atual momento de apagão de mão-de-obra, nunca na história do país houve essa visão positiva de plano de carreira, do pacote de remuneração e benefícios, das ferramentas para atualização e da importância da reputação da organização como elemento de maior engajamento e um melhor desempenho profissional " afirma Marisabel Ribeiro, Líder da área de negócios de Capital Humano da Mercer para Brasil. 


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domingo, 29 de janeiro de 2012

4G chega ao Brasil antes da Copa

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, anunciou nesta quinta-feira, 26, durante o programa de rádio "Bom Dia, Ministro" que o Brasil terá redes 4G antes da Copa de 2014.

O edital para os leilões das radiofrequências será publicado em abril, e a Anatel já liberou uma amostra para consulta pública.A freqüência usada no Brasil será entre 2.5 GHz e 2.69 GHz.

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações, a instalação da nova banda larga é "importante para a prestação de serviço durante os grandes eventos esportivos a serem realizadas no Brasil".

As informações são da TechTudo
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sábado, 28 de janeiro de 2012

Vale é eleita a pior empresa do mundo

A Vale levou o título de pior empresa do mundo pelo "Public Eye People's", premiação organizada pela Greenpeace e Declaração de Berna que vem sendo realizada desde 2000.

A empresa foi eleita com 25.042 votos, e o resultado foi divulgado nesta sexta, 27, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos. Em segundo lugar veio a Tepco, empresa de energia que controla as usinas nucleares de Fukushima no Japão.

A mineradora foi escolhida por ter comprado 9% de participação no Consórcio Norte Energia S.A, responsável pela construção da usina Belo Monte, e por possuir uma "história de 70 anos manchada por repetidas violações dos direitos humanos, condições desumanas de trabalho, pilhagem do patrimônio público e pela exploração cruel da natureza".

A empresa disse que irá investir US$ 1,65 bilhão em ações socioambientais em 2012.

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Quer ganhar quanto? Saiba como dar a resposta sem acabar com suas chances

Indiscreta, mas necessária, a pergunta sobre quanto se quer ganhar às vezes até pode pegar um profissional de surpresa após uma ligação, mas jamais deve ser ignorada, afinal, um novo emprego pode depender de uma simples resposta. Mas, então, o que fazer nesta situação?
A primeira dica para quem receber o contato de um headhunter interessado em seu trabalho depende unicamente de duas palavras: objetividade e habilidade. Parece brincadeira, mas não é!

Objetividade, pois é preciso ser direto ao falar sobre a remuneração atual, bem como sobre a expectativa salarial, e habilidade, porque, para negociar uma oferta de trabalho, é preciso ser realmente um bom negociador. Mas isso não costuma ser um problema para a maioria dos executivos do mercado, não é mesmo?

Negociação salarial
De acordo com o headhunter da De Bernt Entschev Human Capital, João Paulo Dal'nas, os profissionais costumam adotar uma prática muito comum: “Normalmente os executivos costumam solicitar uma remuneração 20% a 30% superior à recebida na empresa em que atuam para compensar o risco de um novo projeto que pode não dar certo”, explica.

Para ele, isso somente não ocorre quando o profissional consultado está há muito tempo em uma mesma empresa e, por esta razão, encontra-se um tanto quanto desatualizado sobre os salários praticados pelo mercado.

“Se ele estiver em uma companhia por muitos anos, dificilmente conseguirá informar uma perspectiva salarial atualizada, justamente por desconhecer os salários praticados pelo mercado”, informa João.

Praticidade é tudo
E, nesta hora, é bom não ter dúvidas, pois ser prático e objetivo pode ajudar tanto o profissional quanto o headhunter. Como? Evitando entrevistas que não levarão a lugar algum.
Segundo a consultora de Recrutamento e Seleção da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Sueli Navarro Duarte, ter a resposta objetiva de um candidato que sabe o quando quer receber pode ser muito proveitoso para um recrutador.

“Uma pessoa prática demonstra saber o que quer. Quando o profissional tem em mente qual é sua faixa de negociação, ele evita que o headhunter desperdice seu tempo em processos que não são interessantes, favorecendo também o próprio candidato”, diz Sueli.

E não pense que tal objetividade pode ser um problema. “Isso apenas pode ser mal visto se o colaborador passar a considerar unicamente a remuneração e não as oportunidades que lhe são oferecidas”, detalha a consultora.

A combinar? Nem pensar!
E nada de dizer que o salário será 'a combinar', pois, ao falar isso para um recrutador, ele ficará sem um parâmetro para avaliá-lo e o profissional correrá o risco de ser excluído de um processo de seleção.
“Não falar o quanto recebe é desagradável, pois não fornece uma base da remuneração do candidato ao recrutador. Contudo, se a solicitação sobre a pretensão salarial for feita por e-mail, minha recomendação é que ela não seja informada”, explica Sueli.

Segundo ela, neste caso, o e-mail deve apenas mencionar a faixa salarial do candidato e a pretensão não deve ser mencionada, pois tal ação pode eliminar a possibilidade do profissional ser avaliado pessoalmente por uma empresa.

A opinião é compartilhada também por João, especialmente no que se refere ao envio de um currículo. “Não aconselho o envio de uma pretensão, pois o currículo pode ficar armazenado em um banco de dados por um determinado período e as informações ficarão desatualizadas”, diz.

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Como se faz um milionário?

O jovem era Napoleon Hill e aquele primeiro livro ganhou o título de A Lei do Triunfo. Até hoje, seus estudos já renderam mais de uma dezena de obras, lidas por milhões de pessoas ao redor do mundo, inclusive boa parte dos grandes milionários de hoje. Mas, afinal, quais são esses segredos que ele descobriu?

O questionamento acima é, literalmente, aquela pergunta de um milhão para a qual todos gostariam de ter a resposta (mas apenas alguns poucos a conseguem). No início do século XX, um jovem norte-americano recebeu o desafio de descobri-la e ensiná-la ao mundo. Em campo, ele investigou os segredos de 500 fortunas e acompanhou de perto o trabalho de quem as construiu. Em 1928, o resultado de tudo isso veio a público no primeiro dos vários livros que aquele rapaz viria a publicar ao longo da vida.


Napoleon Hill viu de perto homens como Henry Ford, Theodore Roosvelt e John Rockefeller construírem seus patrimônios e elencou uma série de variáveis comuns a todos eles que, segundo sua análise – corroborada por grandes executivos e acadêmicos da época – seriam determinantes para o sucesso financeiro.

No livro Think and Grow Rich, publicado no Brasil com o título Quem Pensa Enriquece, Hill elenca 13 passos para a riqueza, os quais classifica como "a mais breve e confiável filosofia de realização individual jamais apresentada, em benefício de quem estiver procurando uma meta de vida".

Na prática, a ideia de Hill se resume a colocar o cérebro para funcionar em função de um objetivo, que nesse caso é a riqueza. Tornar o triunfo financeiro realmente uma ideia fixa. Em uma passagem de Quem Pensa Enriquece, por exemplo, o autor conta a história de Edwin C. Barnes, que – mesmo vivendo quase na miséria – se aventurou em busca de uma inimaginável sociedade com ninguém menos que Thomas A. Edison, que conseguiu tendo uma coisa em mente, conforme relata Napoleon Hill: "Vou afastar qualquer possibilidade de ater em retirada e apostar todo o meu futuro na minha capacidade de conseguir o que desejo".

Por trás da riqueza

No Brasil, o caso mais clássico de um milionário com história parecida com a de Edwin C. Barnes é o de Silvio Santos, que começou a vida profissional como camelô e se tornou dono de um dos maiores conglomerados do país.

Eike Batista é outro brasileiro que tem chamado atenção do mundo por sua riqueza (e, claro, seu jeitão polêmico de ser!). Dono da maior fortuna individual do Brasil e da oitava maior do mundo, ele tem, entretanto, uma história um tanto diferente da de Silvio. Seu pai era empresário e construiu uma longa história do setor de mineração, que coincidentemente é o grande nicho das empreitadas de Eike.

No caso de Silvio Santos – com exceção de algumas excentricidades que lhe são peculiares e, mais recentemente, a mega fraude no seu Banco Panamericano, que ainda está sendo investigada mas já rendeu a prisão do principal executivo do Grupo – sua história não contém muitos eventos questionáveis.

Já Eike Batista é uma figura controversa. Admirado por uma massa ávida por chegar aonde ele chegou, é também alvo das críticas e, muitas vezes, ódio de gente que vai desde os simplesmente críticos da sua riqueza em um país de tantos pobres até os que desconfiam do tom especulador de sua atuação no mercado. Além disso, alguns dos seus empreendimentos estão envolvidos em sérias polêmicas, como é o caso da construção do Porto do Açu, no Rio de Janeiro, cujos impactos sociais para a população carente do local e o meio ambiente têm sido bastante criticados.

Na própria história de Napoleon Hill, uma figura com a qual manteve um vínculo muito próximo – e é apontada por ele próprio como seu grande mentor – é visto com controvérsia pelos historiadores. Andrew Carnegie, que teve uma juventude pobre e acabou se tornando um dos maiores industriais dos EUA, foi quem propôs a Hill o grande desafio de descobrir o segredo dos grandes milionários.

Conhecido por se preocupar com a justiça social e ter práticas filantrópicas, Carnegie ajudou a construir bibliotecas, museus, salas de concertos e diversas fundações de ajuda. Por outro lado, é acusado de fazer grandes negócios aproveitando-se de suas relações próximas com políticos e administrar com mãos de ferro suas empresas, com jornadas semanais de trabalho superiores a oitenta horas e reprimindo greves de forma violenta.

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