segunda-feira, 3 de novembro de 2014

7 truques da mente que fazem você gastar demais

As pessoas costumam fazer a escolha certa ao comprar ou investir? Segundo pesquisas feitas pelo psicólogo da Universidade de Harvard Daniel Gilbert, e expostas durante uma conferência, não.
Em seus estudos, o psicólogo verificou que a maioria das pessoas perde dinheiro simplesmente por conta da mania de fazer comparações.
Ele cita como exemplo quem costuma comparar o preço atual de um produto com valores anteriores ou medir se vale a pena investir em determinada aplicação financeira porque alguém está ganhando muito dinheiro.
Para Gilbert, esses hábitos impedem a tomada de decisões financeiras racionais.
Veja em sete passos como enganar a mente e não cair em ciladas que levam a gastos desnecessários.
1) Não querer se sentir “pão duro”
Na hora de dar um presente ou levar uma bebida para uma festa, a maioria das pessoas escolhem uma garrafa de vinho de 15 reais, 30 reais ou 50 reais?
A opção mais recorrente é pelo preço intermediário porque ninguém quer gastar muito, mas também não quer parecer “pão duro”, constatou Gilbert.
O problema é quando a compra é feita em uma loja na qual o dono aumenta o preço do item mais caro para parecer que o preço intermediário é “razoável”.
Resultado: parece um bom negócio, mas na verdade dá prejuízo para quem compra.
2) Buscar promoções de forma cega
A maioria das pessoas valorizam promoções. Se o preço pago hoje for menor do que o de ontem, já justifica a compra, diz Gilbert.
Isso porque é mais aceitável preferir o preço que ficou mais baixo, ainda que seja maior do que o preço que não mudou ou até aumentou, do que o contrário.
Além de levar a perder dinheiro, esse hábito também leva a perder bons negócios.
Gilbert cita como exemplo um pacote de viagens para o Havaí que custava 2 mil dólares e agora está em promoção por 700 dólares.
Se depois de uma semana os entrevistados resolvem adquirir o pacote turístico, e verificam que o preço subiu para 1,5 mil dólares, a maioria desiste da compra, ainda que o pacote esteja mais barato do que os 2 mil dólares iniciais.
3) Se levar pelo impulso do momento
Os preços exorbitantes de produtos e refeições em aeroportos são sempre motivo de reclamações. Mas muita gente continua comprando.
Gilbert aponta que é necessário analisar o contexto da compra para controlar os gastos.
Quem vai fazer uma longa viagem, por exemplo, e se depara com um lanche que custa o dobro do preço, costuma pensar que não poderá fazer nada com o dinheiro que tem durante horas dentro da aeronave, e nem ter prazer semelhante durante todo esse tempo.
Esse pensamento faz a compra parecer um bom negócio, mesmo que o viajante saiba que o produto é mais caro.
4) Olhar quem ganha dinheiro, e não quem perde
Todo mundo quer ganhar o prêmio da Mega-sena, mas ninguém verifica as enormes possibilidades de perdas.
Segundo Gilbert, isso acontece porque é comum ver notícias sobre ganhadores na loteria, mas não sobre perdedores.
Se todos os milhões de perdedores aparecessem na TV, possivelmente muitos apostadores mudariam de ideia, conclui o psicólogo.
O exemplo também vale para investimentos arriscados e até fraudes, como pirâmides financeiras, onde o ganho de quem já aplicou dinheiro dificilmente irá se repetir para quem aplica dinheiro no futuro por conta do risco e estrutura do esquema.
5) Não comparar gastos com coisas diferentes
A maioria das pessoas que têm um tíquete de cinema e 20 reais na carteira, e descobrem que perderam o tíquete ao chegar no local, não compram outro tíquete, de acordo com as pesquisas de Gilbert.
Mas caso tenham 40 reais em dinheiro, e, ao chegar no cinema, percebam que perderam a nota de 20 reais, a maioria opta por gastar o que sobrou no tíquete, mesmo que continuem pagando o dobro do valor previsto.
O psicólogo conclui que há uma recusa maior em pagar duas vezes pela mesma coisa, pois fica mais fácil verificar que se comete excessos.
Porém, a maioria não percebe se gastaram demais apenas pelo fato de que o dinheiro foi utilizado para coisas diferentes.
6) Economizar no que gasta e não aumentar o valor do que ganha
Um vizinho vende um som para carro por 200 dólares, mas se os entrevistados por Gilbert cruzarem a cidade sabem que vão achar o mesmo produto por 100 dólares e economizar 50% do valor
A maioria não pensaria duas vezes, pois não poderiam imaginar pagar o dobro do preço pelo mesmo produto.
Mas caso os preços fossem 31,9 mil dólares e 31 mil dólares, respectivamente,  e a economia de 100 reais representasse uma diferença de 0,003%, a maioria apontou que não perderia tempo para fazer a compra do outro lado da cidade.
Isso porque o cálculo de valores maiores ou diferenças pequenas em termos porcentuais é mais complexo.
Isso explica por que investidores podem não ligar se o fundo de investimento está rendendo 1% ou 1,5%, mas ao mesmo tempo colecionar cupons de dinheiro para economizar alguns dólares na compra de produtos baratos, diz Gilbert.
A constatação do psicólogo é de que é mais fácil economizar nos gastos do que buscar ampliar ganhos.
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7) Não ter noção dos ganhos no futuro
Gilbert constatou entre seus entrevistados a dificuldade em comparar compras em momentos diferentes por conta da falta de paciência.
Ele dá um exemplo: se alguém pode ter 50 reais ou 60 reais agora, vai escolher, logicamente, o maior valor. Mas se pode ter 50 dólares agora ou 60 dólares no próximo mês, a maioria opta por receber 50 dólares agora.
Quanto mais distante está o ganho, a tendência é que pareça semelhante ao gasto de hoje, segundo o psicólogo.
Quem investe e não verifica retornos rápidos, por exemplo, pode interromper a aplicação e achar melhor gastar os recursos, pois é mais difícil projetar o resultado futuro.

Fonte: www.msn.com

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