quarta-feira, 4 de julho de 2012

Multinacionais receiam que escassez global de talentos limite seus negócios, segundo pesquisa

Um relatório feito pela MetLife constatou que o maior receio de executivos multinacionais é a possibilidade de a escassez mundial talentos limitar a atuação das companhias em outros mercados. Ainda de acordo com o estudo, 40% dos mais de 350 executivos participantes afirmam que têm a intenção de expandir seus negócios para mercados desenvolvidos e emergentes.
Os dados do estudo se baseiam na pesquisa da Economist Intelligence Unit (EIU), com foco macroeconômico e que compila dados coletados de vários setores da indústria e países. A pesquisa aborda os obstáculos do crescimento das empresas. "De longe, o maior desafio das empresas multinacionais é encontrar o talento nos mercados locais para expandir seus negócios. A guerra por talento está intensa e acontece em escala global", disse Maria Morris, vice-presidente executiva do Global Employee Benefits da MetLife.

Guerra por talento

Na medida em que as multinacionais se expandem globalmente, o mesmo acontece com seu quadro de colaboradores. Das grandes multinacionais pesquisadas (com mais de US$10 bilhões de receita anual), cerca de um quinto (20%) espera ter, nos próximos cinco anos, mais de 85% do total do seu quadro de funcionários fora do seu país de origem. Esse número representa quase o dobro do número atual.

Além disso, a dificuldade de simplesmente atrair e reter talentos nos mercados fora da terra natal é muito clara na pesquisa. Cerca de dois terços (66%) dos entrevistados disseram que a escassez de talento provavelmente afetará seus resultados financeiros nos próximos cinco anos. O foco na escassez de talento e nos desafios de contratação é maior nas áreas de tecnologia, saúde, serviços, farmacêutica e biotecnologia.

O RH e os executivos concordam que os benefícios para funcionários representam uma ação importante: 90% afirma que este é um fator-chave na batalha por talento local e os benefícios só perdem em importância para o salário nas estratégias de globalização.

RH e líderes de negócios ainda estão distantes

Uma vez que a escassez de talento global é o problema número um para as multinacionais, a pesquisa da MetLife mostra ainda que há muito a ser feito para preencher o vácuo entre as percepções do RH e a de seus executivos sobre como avaliar o talento local nos mercados e o desejo de expansão da empresa.

Os representantes de RH são mais propensos que os executivos em dizer que suas empresas são pró-ativas na avaliação da porção que a aquisição de talento representa na entrada e expansão do mercado. Entre os executivos (excluindo o RH), 61% dizem que suas empresas avaliam as questões de gestão de talentos (ex.: aquisição e retenção de capacidades funcionais ou outras especializações) só depois de terem identificado os mercados para entrada/expansão, ou não veem o talento como um importante problema da globalização. Em contrapartida, 63% dos executivos de RH dizem que o talento é considerado quando os mercados estão sendo identificados.

O estudo também identificou as seguintes tendências:
· Uma em cada quatro empresas pretende entrar em novos mercados nos próximos cinco anos
· Os mercados estrangeiros estão ultrapassando os mercados locais como fonte de receita futura para muitas multinacionais. Cerca de uma em cada três multinacionais espera que em cinco anos mais de 70% da sua receita seja gerada pelos mercados estrangeiros
· Brasil, China, Índia e Estados Unidos são as principais opções das empresas que querem vender produtos
· Vietnã, África do Sul e Sub-Saara são considerados como "oportunidade única" para as empresas que querem produzir produtos ou componentes
· A maioria das empresas acredita que os benefícios para funcionários intensificam a fidelidade e a produtividade do trabalhador.

Sobre a pesquisa

Em março de 2012, foram entrevistados 366 executivos do mundo todo. Mais da metade eram altos executivos (54%). As respostas vieram de várias regiões: 33% estavam sediados na América do Norte, 22% na Ásia Pacífico, 34% na Europa Ocidental, 10% na América Latina e 3% no restante do mundo.

O porte das empresas também foi bastante diferenciado, desde empresas com receita abaixo de US$ 500mi (46%) até empresas com receita igual ou superior a US$10bi (22%). A pesquisa cobre quase todos os setores, incluindo setor de saúde, farmacêutico e biotecnologia (12%), manufatura (12%), serviços financeiros (11%), TI e tecnologia (9%) e serviços (14%).

Do grupo entrevistado, 27% eram da área de administração geral, 23% de estratégia de desenvolvimento de negócios, 15% da área financeira e 9% de recursos humanos.

www.administradores.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário