Problemas de fábrica: recalls podem afetar credibilidade com consumidores e trazer custos altos para montadoras
A expectativa de uma alta multa sobre a montadora americana será
confirmada ou não nos próximos meses. A falha ou suposta
irresponsabilidade da GM evidencia o aumento desses problemas no setor,
inclusive no País. Só no ano passado, segundo a Secretaria Nacional do
Consumidor (Senacon), o País teve 109 campanhas para retorno de produtos
defeituosos, 62% a mais que 2012. Desse total, o setor automotivo
representou 56%. "As pressões para acelerarem o lançamento dos carros
influenciam essa alta quantidade de recalls", diz José Roberto Ferro,
presidente do Lean Institute do Brasil. “A velocidade não permite,
muitas vezes, o teste adequado em todas as peças.”
Para especialistas, o recall não pode ser considerado um fracasso
ou somente uma falta de cuidado por parte das montadoras. Muito pelo
contrário. “É algo normal”, diz Paulo Roberto Garbossa, diretor da
consultoria automotiva ADK. “Você nunca vê as concorrentes acusando as
outras de falhas, pois sabem que todas estão abertas a isso." Com os
consumidores, porém, essa visão não se repete.
Mesmo com o alto avanço do número de retornos dos carros às
concessionárias, apenas seis de cada dez proprietários participam dos
recalls, segundo dados da Senacon. Para o consultor e ex-vice-presidente
da GM do Brasil, André Beer, o principal motivo é a banalização dos
comunicados, que acabam até diminuindo a credibilidade da empresa junto
ao seu consumidor. “Um recall custa caro, pois se leva em conta a troca
de peças, manutenção e, principalmente, veiculação na imprensa”, afirma
Beer. “Existem casos que uma correspondência para o cliente já resolve.”
No caso da GM, nem cartas foram enviadas para os consumidores. A empresa é acusada de omitir problemas mecânicos que causaram acidentes fatais de, ao menos, 13 pessoas. Diante de uma comissão do Comitê de Energia e Comércio da Câmara de Representantes, em Washington, a presidente da General Motors, Mary Barra, relatou que considera os erros ‘inaceitáveis e que será transparente com as investigações’. De acordo com autoridades americanas, o custo para reparar os problemas seriam de US$ 2 por veículo. "Uma empresa, em sã consciência, nunca trocaria a vida de seus clientes por menores gastos financeiros", diz Garbossa, da ADK.
No caso da GM, nem cartas foram enviadas para os consumidores. A empresa é acusada de omitir problemas mecânicos que causaram acidentes fatais de, ao menos, 13 pessoas. Diante de uma comissão do Comitê de Energia e Comércio da Câmara de Representantes, em Washington, a presidente da General Motors, Mary Barra, relatou que considera os erros ‘inaceitáveis e que será transparente com as investigações’. De acordo com autoridades americanas, o custo para reparar os problemas seriam de US$ 2 por veículo. "Uma empresa, em sã consciência, nunca trocaria a vida de seus clientes por menores gastos financeiros", diz Garbossa, da ADK.
Enquanto alguns cogitam que a multa da montadora americana será
maior que a da Toyota, que precisará pagar US$ 1,2 bilhão aos Estados
Unidos também por problemas de segurança, outros veem com descrença
alguma punição mais rigorosa para a GM. “Estão circulando boatos que,
como o governo americano colocou dinheiro na empresa em 2009, a GM
deverá ter uma multa mais branda”, afirma Ferro, do Lean Institute.
http://www.istoedinheiro.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário