quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Jogue fora. Juntar coisas pode virar um problema


Desapegue: descubra como jogar fora tudo o que você não usa mais.Hoje vivemos a época do “muito”. Vamos ao supermercado e compramos muita coisa – acabou aquela história de abastecer-se dia a dia na vendinha – ganhamos muitos presentes de aniversário, vamos muito ao shopping. Natural, então, que dentro de casa tenha muita coisa também. Natural, mas não prático. Imagine, por exemplo, se tiver de mudar para um local menor o transtorno que será ter de descobrir que dois corpos realmente não podem ocupar o mesmo espaço. “É saudável querer guardar algo que traz boas lembranças, a primeira carta que recebeu do companheiro, a roupa de batizado do filho, o vestido de noiva”, enumera Ingrid Lisboa, especialista em gestão e organização de residências. “Mas muitas pessoas acabam guardando coisas que não evocam nenhuma lembrança, apenas guardam por guardar”, completa ela.
Cuidado, a tendência a acumular parece que piora à medida em que a gente envelhece
Um estudo conduzido na UCSF Department of Physiological Nursing, em São Francisco, pela professora Monika Eckfield sugere que a tendência a acumular objetos em excesso começa na idade adulta, mas vai piorando com a idade, seja porque o próprio comportamento vai piorando, seja porque vai ficando mais e mais difícil lidar com tanta tranqueira acumulada.
Acumular pode ser uma doença: colecionamentoAcumular pode até ser um sinal de doença, um sintoma, chamado colecionamento, de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). “É bastante comum na população idosa e caracteriza-se pelo comportamento de adquirir objetos que parecem inúteis, ou de valor questionável, e pelo fracasso na tentativa de descartá-los”, define o psiquiatra Marcelo Hoexter, do Programa de Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo (PROTOC), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Nem todo mundo que armazena objetos demais está doente.
Mas algumas características indicam que algo está errado: não existe um desejo genuíno de possuir a coisa, nem interesse por ela, e o hábito causa sofrimento, por exemplo.
O cérebro das pessoas com esse tipo de transtorno foi mapeado, por meio de ressonância magnética, pelo pesquisador David Tolin, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, em 2012. Ele montou um grupo com 33 pessoas normais e outro com 43 com o transtorno. Todos levaram para casa uma pilha de papeis diversos como jornais e correspondências velhas. Esses papeis foram scaneados e depois, no laboratório, as imagens eram apresentadas aos participantes da pesquisa. Eles tinham de decidir se descartavam ou não. As pessoas saudáveis escolheram descartar 40 dos 50 itens que tinham levado. Os que tinham o distúrbio descartaram apenas 29, e levaram meio segundo a mais em cada objeto para tomar a decisão.
Conselhos para ajudar você a lidar com o excesso de coisas acumuladas
Antes que a coisa saia do controle e vire um problema grande, melhor começar a descartar. Aqui, dez dicas para ajudar a colocar a mão no lixo.
“Comece com pouco, doando mesmo que seja uma coisa boba”, sugere a personal organizer Priscila Saboia. “Desapego é uma arte, que se desenvolve com o tempo”.
•“Olhe um objeto e pergunte-se porque precisa guarda-lo. Se tiver de dar muita explicação, é sinal de que está na hora de descartar”, diz Ingrid Lisboa. Pense em uma peça de roupa. Se você usa uma vez por mês, claro que deve guardar, mas se fizer mais de ano que não toca nela, jogue fora, sem dó. Outra dica: guarde apenas aquilo que o fizer sorrir.
Não use como desculpa “eu posso engordar”, ou “eu posso emagrecer”. Se você perder peso,vai querer uma peça nova que realce o novo corpinho. Se engordar, nada mais deprimente do que usar uma roupa velha.
Não tenha um quartinho para acumular o que não usa mais. Um quartinho é espaço demais! Uma caixa para as boas recordações basta.
Crie uma rotina de “limpeza” dos objetos. Pode ser uma vez por mês, uma vez por semestre, na primavera, na semana do aniversário ou no Natal. Aproveite um período em que tenha tempo livre. Essas coisas dão trabalho. Monte um roteiro passando por todos os cômodos da casa: quartos, cozinha, banheiros, escritório, sala, garagem.
Divida as coisas por grupos, assim é possível quantificar quantos itens tem de cada um e selecionar apenas os melhores. Vale para material de papelaria, parafusos, ferramentas.
Promova um bazar de trocas. “Convide suas amigas e peça para trazerem as roupas que também não querem mais. Sirva comidinhas e bebidas e faça uma verdadeira festa”, sugere Gail Blanke no livro Jogue fora 50 coisas (Ediouro).
Descarte documentos depois de um determinado período. O Serasa Consumidor indica guardar: conta de serviços essenciais (água, luz, gás etc) por cinco anos; alugueis e mensalidades por três anos; consórcios e apólices por um ano depois de encerrado o contrato.

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