Recente pesquisa realizada pela Fuqua School of Business, da Duke
University, nos EUA, sugere que presidentes de grandes empresas com
vozes mais graves estão mais propensos a ter sucesso. Foram comparados a
remuneração anual, o tamanho da empresa e a estabilidade no cargo ao
potencial da voz de 792 CEOs do mercado norte-americano. “A boa notícia é
saber que a voz, o estado emocional e a postura corporal podem ser
lapidados para que se tenha mais segurança e convicção no discurso”,
avalia a diretora executiva do Instituto de Neurolinguística Aplicada
(INAp), Maíra Larangeira, do Rio de Janeiro.
De acordo com a especialista, para entender essa pesquisa, deve-se
analisar quais competências fazem um bom CEO, e quais atitudes ele
precisa ter para manter o sucesso profissional. “Sabemos que os estados
emocionais são contagiantes, então, seja na frente de uma empresa ou
comandando uma reunião, é possível assumir a postura de “meteorologista”
da equipe e gerar o clima mais bem adequado”, completa o diretor do
INAp e palestrante internacional Jairo Mancilha.
Maíra informa que isso
pode ser explicado por intermédio dos neurônios espelho, que fazem com
que as pessoas se conectem com as que estão ao redor, inconscientemente
espelhando e reproduzindo o comportamento delas. Neste caso, um
executivo capaz de passar segurança e certeza de suas decisões pelo seu
tom de voz repercute essa sensação em seus liderados, gerando confiança
nas palavras dele porque “ele sabe o que está fazendo”. “Mesmo que isso
não seja verdade, inconscientemente é o que acontece”, relata a
especialista.
Por outro lado, a voz pode prejudicar a trajetória de um profissional
ou retardar seu sucesso. Um bom exemplo dessa possibilidade de
interferência negativa é o de Margaret Thatcher. O filme biográfico “A
Dama de Ferro” (2011) mostra outros parlamentares em sessão da Câmara
dos Comuns ridicularizando-a por ter uma entonação muito estridente, e
chegam a dizer: “se a senhora não gritasse tanto seria mais fácil
compreendê-la”. Thatcher, então, despendeu enorme tempo e esforço para
alterar seu timbre.
A voz precisa ser bem trabalhada para a mensagem ser eficaz. Subir o
tom ao final da fala, por exemplo, gera uma tonalidade de fala percebida
como acessível. “Isso faz com que o ouvinte interprete que você está
querendo obter informações, fazer uma pergunta. Já a entonação baixa no
final da frase gera confiabilidade e a percepção do ouvinte é que você
está enviando informações, sendo recebido como uma afirmação ou uma
ordem”, pontua Maíra Larangeira. E mais: manter a cabeça parada faz com
que a voz permaneça em um nível constante.
Confira abaixo as quatro dicas da especialista para desenvolver a arte de comunicar com confiança:
1
- Como a programação neurolinguística apregoa a prática, experimente
ficar de pé com os braços levantados por vinte segundos. Perceba como
ficará mais confiante e seguro. É que essa postura aumenta o nível de
testosterona no sangue. Aplique isso na sua próxima reunião.
2 -
Para gerar mais credibilidade, além de baixar o tom no final da frase,
faça breves pausas usando sempre a respiração abdominal.
3 –
Mantenha o corpo parado e, em particular, a cabeça, uma vez que durante a
fala gesticulamos com as mãos. Os gestos também devem ser congelados na
pausa para criar maior impacto, pois assim você prende a atenção do
ouvinte.
4 - Se você é um CEO, pode se aperfeiçoar para ser visto
como um líder carismático. Assista novamente o discurso de Martin
Luther King Jr, e observe como ele fez uso da pausa depois de dizer "I
have a dream” (eu tenho um sonho) e o impacto que isso causou em quem
ouve o discurso. Pratique! Tudo isso tem a ver com congruência.
administradores.com.br
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