sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Neocompetência

Uma nova abordagem para o sucesso profissional
por Tom Coelho ( educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 15 países)
“Há dois tipos de pessoas: aquelas que fazem o trabalho e aquelas que ficam com o crédito. Tente estar no primeiro grupo: há menos competição lá.” (Indira Gandhi)
Seja para construir uma carreira de sucesso ou para encontrar sua vocação e seguir uma missão, ser competente é um pré-requisito básico.
Embora o conhecimento continue imprescindível, na base desta estrutura, é importante pontuar que ele não é mais estático. Aliás, as festas de “formatura” nas universidades deveriam ser simplesmente abolidas, porque ao concluir um curso de graduação com quatro anos de duração, por exemplo, muito do que foi estudado no primeiro e segundo anos já está defasado. Disso decorre a importância da atualização, o saber aprender, representando o desafio de ampliar o conhecimento de forma contínua, além da capacidade de discernir sobre o que deve ou não ser aprendido dentre tantas possibilidades.
A atitude, embora seja o elo supremo desta corrente, precisa ser referendada pela realização, o fazer efetivamente, pois muitos que desejam não levam a termo suas ações, capitulando e desistindo no decorrer do caminho.
Neste contexto, surge a premência da motivação, o fazer fazer. Num primeiro instante, do ponto de vista individual, mesmo porque a motivação é um processo pessoal, responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para atingir uma determinada meta. A intensidade está relacionada à quantidade de esforço empregado – muito ou pouco. A direção refere-se a uma escolha qualitativa e quantitativa em face de alternativas diversas. E a persistência reflete o tempo direcionado à prática da ação, indicando se a pessoa desiste ou insiste no cumprimento da tarefa.
Mas para se alcançar a efetividade, precisamos empreender ações não individualmente, mas em equipe. Neste ponto, a motivação se converte em apoio, sustentação e, em especial, inspiração àqueles que compõem o time.
No estágio seguinte, o profissional competente compreende que conhecimento bom é conhecimento compartilhado e que para evoluir não apenas na hierarquia, mas nos processos de reconhecimento e de autorrealização, é necessário ensinar aos que estão ao seu redor. É o fazer saber, por meio da educação, disseminando experiências, comportamentos e melhores práticas.
Neste momento, surge a importância da autoconsciência de que na medida em que ampliamos nosso espectro de conhecimentos, maior é nossa ignorância diante do universo de possibilidades do saber. A humildade representa o saber saber, a percepção clara e inequívoca de nossas próprias limitações e que nos faz simultaneamente educadores e educandos, combatendo a prepotência e a arrogância. Há que aprender, porém há ­também que ensinar.
A humildade leva à prática inconteste da verdade. E como não há porque mascarar eventos ou ações passa-se a valorizar a autenticidade, o saber ser, onde importa não o que você tem, mas quem você é. Uma característica singular num mundo tão superficial em determinados aspectos como o que vivenciamos atualmente.
O homem é um ser social por natureza, de modo que deve aprender não apenas a viver, mas também saber conviver, ou seja, viver com seus pares. A isso chamamos sociabilidade.
Por fim, a solidariedade, que remete não à solidão, mas à cooperação, à responsabilidade e à interdependência. É a consciência plena de saber devolver à mesma sociedade em que convivemos um pouco do que aprendemos e somos a fim de mitigar as desigualdades.
Compreendido o conceito moderno de “competência”, fica mais fácil para o profissional definir como deve se posicionar. Há competências técnicas, comportamentais, relacionais, valorativas e transcendentais. Mas este é assunto para outra oportunidade.
Fonte: Automotive Business

Um comentário:

  1. Hoje, a grande maioria das pessoas tem em mente a rápida ascensão social e profissional.
    Quando na verdade, uma carreira sólida, seja em qualquer área, deve ser construída passo a passo. Saber o que se faz, porque se faz... buscar empreender conscientemente e trabalhar muito. O tempo, muitas vezes agrega mais valor ao indivíduo, do que o sucesso relâmpago, imediato.
    Manter foco, determinação, muito estudo e muito trabalho... uma combinação que garante o sucesso.

    Beijos,
    Dagui

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