O Supremo Tribunal Federal (STF)
condenou, por 8 votos a 1, o deputado federal Natan Donadon (PMDB/RO) a
13 anos e quatro meses de prisão por formação de quadrilha e peculato. O
deputado é acusado de desviar R$ 8 milhões da Assembleia Legislativa de
Rondônia em simulações de contratos de publicidade. O Supremo rejeitou o
recurso da defesa, sob o argumento de que o objetivo seria adiar a
aplicação da pena.
No entanto, o fato que merece mais
destaque é que essa é a primeira vez desde que a Constituição foi
promulgada, em 1988, que um deputado federal é condenado à prisão
durante o seu mandato. Uma das reivindicações mais enfáticas dos
manifestantes que tomaram as ruas em várias capitais nos últimos dias é o
fim do foro privilegiado, uma instância especial para julgamento de
autoridades políticas.
O único voto contrário à prisão de Donadon
foi do ministro Marco Aurélio Mello. A medida segue um posicionamento
que passou a ser adotado pelos poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário de atender a reivindicações dos protestos que se espalharam
rapidamente pelo Brasil. A rejeição da PEC 37 e a aprovação-relâmpago do
projeto que prevê o direcionamento dos royalties do petróleo para a
educação e saúde são dois exemplos recentes.
Natan Donadon foi
denunciado pelo Ministério Público de Rondônia por irregularidades
praticadas durante o período em que atuou como diretor financeiro da
Assembleia Legislativa do estado, entre os anos de 1995 e 1998. Junto
com outras sete pessoas, ele teria participado de um esquema que
simulava contratos de publicidade com a empresa MPJ Marketing Propaganda
e Jornalismo Ltda. Além da prisão, ele também será obrigado a devolver
R$ 1,6 milhão aos cofres públicos.
Na véspera do julgamento,
marcado para 27 de outubro de 2010, ele renunciou ao mandato, depois foi
julgado e condenado, e assumiu outro mandato. Desde então, a sua defesa
vinha interpondo recursos para tentar procrastinar e anular o processo.
De acordo com a assessoria do deputado, ele ainda não foi notificado
pela Justiça e se encontra em Brasília.
Com informações do UOL Notícias
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