sexta-feira, 14 de outubro de 2011

CNI reduz projeção de crescimento da indústria para 2,2%

A CNI, Confederação Nacional da Indústria, divulgou nesta terça-feira, 11, o Informe Conjuntural, que aponta as expectativas do setor para os próximos meses. O estudo traz previsões mais moderadas para o fechamento deste ano, com redução na expectativa de expansão da indústria de 3,2% para 2,2%. A entidade diminuiu também a projeção de crescimento do PIB de 3,8% para 3,4%.

Segundo o documento, a forte competição com produtos importados continua a prejudicar a indústria brasileira, bastante afetada pela valorização cambial nos primeiros oito meses do ano. A evolução do PIB industrial do segundo trimestre foi “irrisória” (0,2% ante o trimestre anterior), de acordo com as Contas Nacionais do IBGE, diz Flávio Castelo Branco, gerente-executivo da unidade de política econômica da CNI, que apresentou o Informe Conjuntural. Nos dois primeiros meses do terceiro trimestre, a produção também não mostrou recuperação: cresceu 0,3% em julho e caiu 0,2% em agosto, na comparação com os respectivos meses anteriores.

Outro fator que puxa o PIB para baixo é a previsão de queda no comércio exterior. Em função da deterioração do cenário econômico global, a CNI espera expansão de 6% nas exportações, avanço menor do que os 10% estimados anteriormente. As importações também foram reavaliadas e devem crescer 10,5%. Com isso, a estimativa para a contribuição das exportações líquidas para o crescimento do PIB será de -0,6 ponto percentual.

A expectativa de investimentos da CNI também mudou. O Informe Conjuntural alerta para um cenário ambíguo, com desaceleração do ritmo de crescimento do PIB junto com o início da trajetória de queda nos juros. A combinação, no entanto, deve resultar em expansão mais moderada dos investimentos este ano.

Inflação

A CNI prevê que a inflação de 2011 será 6,5% ao ano, no limite superior da meta estabelecida pelo governo. Apesar disso, a taxa pode extrapolar a meta caso ocorram elevações não previstas. A situação também aponta para desafios em 2012, que terá inflação em alto patamar, reajustes programados sobre os índices de 2011 e aumento do salário mínimo em torno de 14%.

A entidade alerta que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE se manteve em aceleração nos últimos meses. Desde agosto de 2010, quando o indicador ainda estava no centro da meta de inflação (4,5% ao ano), a taxa anualizada cresceu em 2,8 pontos percentuais. Em setembro, o acumulado em 12 meses do IPCA alcançou 7,31%, o maior patamar desde 2005.

Emprego

O Informe Conjuntural antecipa que as expressivas taxas de crescimento do emprego de 2010 não se manterão em 2011. O estudo aponta que o fluxo de empregos tem diminuído desde março deste ano. O setor que mais criou vagas formais foi o de serviços, com 46,3% do total de empregos criados nos últimos 12 meses terminados em agosto.

Esse fato se justifica pela maior atividade do setor serviços, que depende diretamente da renda das famílias e do crescimento do crédito. Por isso, esse setor deverá crescer acima da taxa de expansão do PIB em 2011, diz o Informe Conjuntural.

A indústria, segmento mais afetado pela atual conjuntura nacional e internacional, segundo o informe, criou 29,1% do total dos empregos formais em todo o Brasil. O comércio, mesmo tendo um crescimento mais intenso do que o da indústria, foi responsável foi responsável por 19,4% do total das novas vagas.

http://www.automotivebusiness.com.br/

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