terça-feira, 18 de outubro de 2011

Preço do automóvel novo cai pelo décimo primeiro mês seguido

As informações divulgadas pelo IBGE em relação ao principal indicador de preços do varejo do Brasil, o IPCA, indicou avanço de 7,2% nos últimos doze meses e mostrou sinal contrário ao divulgado pelo Banco Central na primeira semana de setembro quanto a sua expectativa de controle da inflação.

Decompondo o índice de preços – IPCA – encontramos os grupos que compõem o índice geral e os seus pesos. O IBGE atribui ao cálculo do IPCA nove grupos (alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação) em sua pesquisa mensal, sendo que as coletas dos preços são feitas em onze regiões: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém, São Paulo, Brasília, Recife, Fortaleza, Salvador, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre.

De acordo com o IPCA desagregado, os preços dos grupos de comunicação (-0,06%) e transportes (-0,11%) foram os únicos que contribuíram para que o IPCA geral não fosse maior em agosto contra o mês anterior.
Os preços mais importantes que compõem o grupo de transportes e que apresentaram quedas foram: tarifas aéreas (-5,25%), automóvel novo (-0,37%), automóvel usado (-0,61%), seguro de veículos (-0,88%) e a gasolina (-0,14%). No lado oposto, os que apresentaram altas foram: tarifa de ônibus interestaduais (0,23%) e o etanol (0,30%).

No acumulado dos últimos doze meses o preço do automóvel novo apresentou queda de 2,9%, sendo que a redução se iniciou no mês de outubro de 2010 e permaneceu pelos onze meses seguidos. No caso do automóvel usado, a queda foi mais intensa nos últimos doze meses e fechou agosto com baixa de 3,3%. Em relação aos preços das motocicletas nos doze meses a queda fora de 1,2%. A alta foi percebida apenas nos preços dos acessórios e peças, com alta de 3,4% nos acumulado dos últimos doze meses.

A evolução negativa nos preços dos automóveis novos e usados para o varejo, ou seja, para o consumidor final, pode ser compreendida como um movimento que veio para 'ficar', e está sendo marcada exclusivamente pelo aumento da concorrência de novas montadoras que trouxeram seus modelos para serem comercializados no mercado brasileiro. Para o consumidor é um grande feito, principalmente, quando observadas as poucas opções de compras ofertadas pelas montadoras tradicionais.

Caso o movimento se confirma nos próximos meses, a queda nos preços dos veículos novos e usados entrará num espiral de baixa igual ao observado em outros mercados que possuíam estrutura e característica de concorrência semelhante ao do mercado brasileiro.

A falta de informação do consumidor brasileiro, em relação aos preços praticados internacionalmente, é outro limitador que favoreceu os preços até então praticados pelas grandes montadoras no mercado nacional. Outros fatores devem ser levados em consideração como o custo Brasil e a taxa de juros dos financiamentos para a compreensão dos preços, sem falarmos do diferencial do preço a vista e do preço a prazo.
O movimento de queda nos preços dos automóveis é consequência do aumento da concorrência, fadado ao ostracismo das montadoras tradicionais, o consumidor brasileiro só tem a agradecer.

http://www.automotivebusiness.com.br/

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