A obsessão cega pela velocidade acabou por gerar uma equivocada inversão de valores. Repare, por exemplo, no quanto nossa cultura associa viver mais depressa com sucesso e inteligência. Um sujeito rápido, ligeirinho e atarefado é logo identificado como inteligente e dedicado. Por outro lado o lento é taxado de burro, de preguiçoso.
Agenda eternamente lotada, internet wireless em banda larga, smartphones, blogs, twitter e teleconferências transformaram o homem moderno numa espécie de Coelho Branco de Alice no País das Maravilhas. Sempre apressado, mas eternamente atrasado.
Atrasado e doente. O novo mal do nosso tempo é uma epidemia que atende pelo nome de doença da pressa. O médico americano Larry Dossey explica que a doença da pressa (hurry disease) é uma espécie de superestresse que transforma nosso relógio interno num cronômetro alucinado.
Os resultados não podiam ser piores: apressadamente podemos realizar centenas de tarefas em um dia, mas a que custo? E com que qualidade? Quem é exageradamente acelerado passa a vida tomando decisões precipitadas, trabalha demais e geralmente produz muito pouco.
Felizmente há quem descobriu o quanto a pressa é perniciosa. Nos quatro cantos do planeta movimentos organizados apresentam diversas propostas para tirar o pé do acelerador e combater a ansiedade generalizada. Nos EUA existe a ong Take Bake Your Time, no Japão o Clube da Preguiça e no Brasil o Clube de Nadismo, apenas para citar alguns.
Desacelerar torna as pessoas mais produtivas no trabalho e mais felizes na vida. Exige disciplina e auto-controle mas rende melhores resultados. Quem sabe já não é hora de você também desacelerar e levar seu carro até um
Lava-Lento? Sem pressa, enquanto espera, você pode bater um papo com os amigos e tomar uma saborosa cerveja gelada!
Sergio Guimarães - www.academiadotempo.com.br
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